Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Analise do poema :
Neste poema o sujeito poético utiliza a imaginação, deixando de parte todas as emoções.
O poeta neste poema compara todas as suas emoções a um terraço, esta comparação permite salientar a separação entre as sensações e as emoções.
Basicamente, este poema foi escrito como resposta á falta de compreensão, por parte dos leitores, do poema “Autopsicografia”. Como tal, no ultimo verso do poema, o sujeito poético dirige-se aos leitores para salientar a ideia de que a eles caberá um sentir diferente de poeta, isto é, cada leitor terá a liberdade de sentir o poema como quiser, seja com emoção, ou seja. Com inteligência.
A relação existente entre os dois poemas “Autopsicografia” e “Isto” tem como tema comum o fingimento poético, funcionando ambos como uma espécie de arte poética, nos quais o sujeito poético expõe a sua teoria da poesia como intelectualização da emoção.
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