terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fontes - Os Lusiadas


 Históricas:
- Para a viagem do Gama e feitos no Oriente: os historiadores quinhentistas (Barros, Castanheda e outros).
 - Para a Idade Média: os cronistas (Fernão Lopes, Zurara, Rui Pina, Galvão).
- História Trágico-Marítima.
Estéticas:
- As epopeias homéricas (a Ilíada e a Odisseia) sobretudo a Eneida, de Virgílio.
- Ovídio (sugestões mitológicas).
- Orlando Furioso do humanista italiano Ariosto (para a estrutura estrófica - oitava rima).
. Obras de carácter cientifico (geógrafos antigos, etc.) e filosófico; Bíblia e Doutores da Igreja.

Renascimento,Humanismo,Classicismo

Renascimento
·         Séculos XV e XVI
·         Época de mudança ao nível da Europa
·         Nasce na Itália do séc. XV, com a riqueza proveniente do comércio
·         Investimento em arte como mostra de riqueza
·         Os artistas e intelectuais criaram uma rede através de viagens e troca de correspondência





Humanismo
·         Valorização da razão e da experiência para certificação da verdade
·         Descobrimentos; repensar da relação do Homem com o mundo; valorização da Natureza
·         Abalo das crenças: aparecimento do Protestantismo e teoria heliocêntrica de Copérnico
·         Invenção da imprensa e maior facilidade de divulgação dos livros
·         Valorização da antiguidade clássica greco-romana. Representam equilíbrio, proporção e regularidade
·         Imitar os clássicos, imitar a Natureza


Classicismo
·         Valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético,
·            procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor - ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietzsche: pretende ser mais apolínea que dionisíaca.















segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bibliografia Luis Camões (resumo)

Sabe-se que o maior poeta português, Luís Vaz de Camões, nasceu provavelmente em Lisboa (Portugal), por volta de 1524 e pertenceu a uma família da pequena nobreza, de origem galega.


Este poeta do classicismo português possui obras que o coloca à altura dos grandes poetas do mundo. O poema épico Os Lusíadas divide-se em dez cantos repartidos em oitavas. Esta epopéia tem como tema os feitos dos portugueses: suas guerras e navegações.


Dono de um estilo de vida boêmio, este escritor lusitano foi freqüentador da Corte, viajou para o Oriente, esteve preso, passou por um naufrágio, foi também processado e terminou em miséria. Seus últimos anos de vida foram na mais completa pobreza.


A bagagem literária deixada pelo escritor é de inestimável valor literário. Ele escreveu poesias líricas e épicas, peças teatrais, sonetos que em sua maior parte são verdadeiras obras de arte.


Criador da linguagem clássica portuguesa, teve reconhecimento e prestígio cada vez mais elevados a partir do século XVI. Faleceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1580. Seus livros vendem milhares de exemplares atualmente, sendo que foram traduzidos para diversos idiomas (espanhol, inglês, francês, italiano, alemão entre outros). Seus versos continuam vivos em diversos filmes, músicas e roteiros.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os Oito Objectivos do Milenio

1- Erradicar a pobreza extrema e a fome
2- Alcançar a educação primária universal
3- Promover a igualdade do género e capacitar as mulheres
4- Reduzir a mortalidade infantil
5- Melhorar a saúde materna
6- Combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças
7- Assegurar a sustentabilidade ambiental
8- Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Filme criticando Fernando pessoa




Com este video pretende-se criticar a vida e obra de Fernando Pessoa e seus heteronimos.

Filme Fernando pessoa




Com este video pretende-se criticar a vida e obra de Fernando Pessoa e seus heteronimos.

Critérios de avaliação (Disciplina de Português)

a)Apresenta a estrutura do trabalho/modulo e a bibliografia e webgrafia consultadas.
b)Salienta referências pertinentes sobre o conteúdo do módulo evidenciando pesquisa.
c)Analisa pormenorizadamente um dos textos de leitura literária.
d)Destaca os aspectos relevantes do módulo e as aprendizagens realizadas.
e)Expõe opiniões fundamentais
f)Utiliza um tom de voz audível
g) Textualiza com coesão , coerência e progressão .
h)Expõe em linguagem correcta, adequado a situação.
I) Apresenta recursos áudio e vídeo que complementam os textos informativos
j)Cumpre o prazo estipulado.

Reflexão Final

Com a realização deste trabalho, conclui-se que Fernando Pessoa foi um grande poeta dos inícios do século XX.

Partiu para África do Sul muito cedo permitindo-lhe aprender e cultivar muito bem a língua inglesa. Trabalhou e colaborou em várias revistas. Delas são exemplo as revistas “Athena”, “Orpheu” e “Presença”.

Através de amigos que viviam no estrangeiro mantinha contacto com o que se passava na Europa, tornando-se adepto de uma nova corrente artística que se tentava infiltrar em Portugal – o Modernismo. Pessoa foi um dos grandes impulsionadores do Modernismo em Portugal, tendo colaborado com vários artigos difusores das ideias modernas para várias revistas.

Homem de grande pluralidade e densidade psicológica Pessoa era capaz de se “subdividir” em várias personalidades completamente diferentes da sua, os heterónimos. Deles destacam-se Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (“O Mestre”). Cada um tinha uma maneira completamente distinta de escrever, tendo despertado grande curiosidade e levando muitos especialistas a estudar Pessoa. Isto também porque como a sua obra permaneceu em grande parte inédita não permitiu o seu estudo pormenorizado. A sua obra está traduzida em várias línguas e pode ser dividida em duas grandes categorias – ortónima e heterónima.

Fernando Pessoa - Modernismo

Chama-se Modernismo (ou Movimento Moderno) ao conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que premearam as artes, a literatura, a música e até o cinema, na primeira metade do século XX.

Com um final de século conturbado em Portugal e na Europa (“Mapa-cor-de-rosa”, Ultimato Inglês, queda da monarquia e implantação da República, 1ª Guerra mundial, instituição da Ditadura Militar, ascensão do Fascismo e do Estado Novo)o Modernismo não exerceu grande influência na sociedade Portuguesa da época.

Esta corrente artística foi introduzida em Portugal a partir da publicação de uma série de artigos em jornais e revistas da época, das quais se destaca a revista “Orpheu”, considerada marco do Modernismo Português. Embora não tendo exercido grande influência na sociedade, estes novos ideais não foram mal recebidos, não foram ignorados nem vítimas de sarcasmo ou indignação por parte da população.

Este movimento não era fácil de caracterizar devido ao aparecimento de múltiplos submovimentos, os chamados – ismos (cubismo, futurismo, Sensacionismo), em simultâneo a esta corrente, no entanto, pode-se dizer que o Modernismo se baseava na ideia de que as formas “tradicionais” das artes, literatura, música e até da organização social e da vida quotidiana se tinham tornado ultrapassadas. Assim, re-examinou-se cada aspecto da vida para substituir o “antiquado” por novas e possivelmente melhores formas, com vista a chegar ao progresso. Caracteriza-se por uma nova visão da vida, que se traduz, na literatura, por uma diferente concepção da linguagem e por uma diferente abordagem dos problemas que a humanidade se vê obrigada a enfrentar, num mundo em crise.

Como exemplos de artistas desta corrente, temos Almada Negreiros e Picasso (pintura), Charles Chaplin (cinema) e Viana da Mota (música).

Fernando Pessoa - "Bóiam leves, desatentos”


Bóiam leves desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das aguas. 

Bóiam como folhas mortas
Á tona de águas paradas
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.

Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve magoa, breve tédio,
Não se pára, se flui;
Não se existe ou de doí.

Analise do Poema :

Este poema foi escrito para caracterizar os pensamentos do sujeito poético que eram “leves” e “desatentos”, semelhantes a “algas” ou “cabelos” que “bóiam” lentamente “á tona de águas”; são as coisas insignificantes como “pós” ou como “nadas”. O sujeito poético, observando o seu mundo inteiro, redu-lo a uma insignificância insuportável. Sobressaem, na caracterização dos pensamentos, os seguintes recursos: a metáfora, a comparação, e a adjectivação expressiva .

O sujeito poético visiona neste poema um espelho coberto de elementos físicos sem vida, que fazem lembrar desperdício e que não permitem o encontro consigo mesmo. Deste desencontro resulta a angústia, a mágoa, o tédio, a dor, a frustração e o sentimento de vazio que dominam o sujeito poético.

Marcas de subjectividade/objectividade na expressão lírica do Eu

- Presença do "eu" na primeira pessoa pronominal e verbal;
- objectivação dos "pensamentos" como sujeito de 3.a pessoa;
- visualização do mundo subjectivo dos sentimentos ("mágoa", "tédio"), exteriorizado pelas imagens;
- desdobramento do Eu em sujeito e objecto ("Não sei".../ ..."coisas"...; ... "pós"...);
- O negativismo está presente em: morto, mortas, paradas, nadas, abandonadas, sem remédio.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fernando Pessoa - "Isto"


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!



Analise do poema :

Neste poema o sujeito poético utiliza a imaginação, deixando de parte todas as emoções.

O poeta neste poema compara todas as suas emoções a um terraço, esta comparação permite salientar a separação entre as sensações e as emoções.

Basicamente, este poema foi escrito como resposta á falta de compreensão, por parte dos leitores, do poema “Autopsicografia”. Como tal, no ultimo verso do poema, o sujeito poético dirige-se aos leitores para salientar a ideia de que a eles caberá um sentir diferente de poeta, isto é, cada leitor terá a liberdade de sentir o poema como quiser, seja com emoção, ou seja. Com inteligência.

A relação existente entre os dois poemas “Autopsicografia” e “Isto” tem como tema comum o fingimento poético, funcionando ambos como uma espécie de arte poética, nos quais o sujeito poético expõe a sua teoria da poesia como intelectualização da emoção.

Fernando Pessoa -Autopsicografia


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.





Analise do poema

Neste poema Fernando Pessoa fala da teoria do fingimento poético, pois um poema não traduz aquilo que o poeta sente, mas sim aquilo que o poeta imagina a partir da recordação do que anteriormente sentiu. O poeta é, assim, um fingidor que escreve uma emoção fingida, pensada, por isso fruto da razão de da imaginação e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada na tal emoção trabalhada praticamente.

O leitor não sente nem a emoção vivida realmente pelo poeta, nem a emoção por ele fingida no poema, sentido apenas o que na sua inteligência é provocado pelo poema – assim, a poesia, segundo Fernando Pessoa, é a intelectualização da emoção.